domingo, 20 de novembro de 2011

Economistas ...



Já disse aqui, em postagem anterior, que estamos na Era do Conhecimento, fazemos parte da Sociedade da Informação.

Nesse contexto, o conhecimento é o maior fator gerador de valor para qualquer produto que se valha dele. É a lógica de mercado, onde a massa do produto reduz à medida que o conhecimento é adicionado a ele, na mesma medida em que seu preço sobe. Chega-se ao ponto da intangibilidade total, quando temos produtos completamente virtuais que geram dinheiro real. Os economistas adoram isso.

Se tem alguma coisa que utiliza massivamente o conhecimento é a educação. Consequentemente ela não poderia ficar fora do mercado. A educação tinha que se tornar um produto de consumo. Consumo obrigatório.

A maior prova de que isto ocorreu é o especial interesse que os economistas demonstram sobre questões de educação. No começo parecia uma intromissão descabida, mas, depois, ficou claro que se tratava de puro interesse.

Já faz algum tempo que os economistas vem botando as asinhas de fora, fazendo estudos sobre o impacto dos salários dos professores no desempenho dos alunos, verificando os resultados de cursos apostilados versus cursos tradicionais, entre outras bisbilhotices e questões mais supérfluas.

Recentemente, um grupo de psicólogos, médicos e ECONOMISTAS resolveu pesquisar a idade adequada para que uma criança fosse alfabetizada ... (esse estudo gerou um livro que pode ser lido nesse link: http://goo.gl/WBkdn)

Fiquei atônito e pensando o que os economistas estariam fazendo nesse grupo! Acho que vale a pena ler o trabalho. Talvez cheguemos à conclusão que a lógica de mercado é que vai ditar a forma de consumo do produto educação.

O que você acha disso?


PS.: Agora, além do Blog, também temos um grupo no Facebook, que pode ser visto aqui http://goo.gl/WdghY visite-nos e participe do grupo!

sábado, 5 de novembro de 2011

Voz ...


Recentemente assistimos na escola a uma pequena palestra sobre saúde da voz. Assunto de extrema importância, sem sombra de dúvida.

Quem de nós já não chegou ao final de uma série de aulas com a nítida impressão que nosso maior instrumento de trabalho começava a mostrar sinais de que podia nos abandonar?

Pois é, precisamos nos cuidar, mas algo tão preocupante quanto a saúde da voz física é a saúde da voz democrática. É o saudável exercício de expressar opiniões, ideias, contrariedade, dúvidas e tudo o que possa demonstrar participação no processo democrático que constitui a educação.

Não há dúvidas que, hoje, nossas relações com a escola estão pautadas pela pouca ou quase nenhuma oportunidade de diálogo. Quando ocorre é feita de maneira açodada. Em uma reunião temos que ouvir os posicionamentos, analisar as situações e ainda propor coisas sem que o devido tempo seja dado para amadurecimento das ideias.

Não há uma forma estruturada para que o professor possa contribuir com suas opiniões. Não há uma agenda de reuniões para discussão que permita um processo de entendimento e avanço constante rumo a solução de problemas.

Por outro lado, o professorado tem se mostrado muito passivo, aceitando a determinações e imposições que ocorrem, muitas vezes, sem explicações ou motivações claras. As lamúrias e contrariedades surgem na sala dos professores, mas resistem apenas até a batida do sinal. Nesse momento morrem e o assunto é esquecido.

Tem que haver vontade por parte do professor em se posicionar perante o seu meio ambiente de trabalho, perante as questões que afetarão grandemente seu dia-a-dia.

Nesse aspecto, em pior situação se encontra o aluno. Nenhuma voz é dada a ele e há a tendência de procurar silenciá-lo quando resolve se manifestar. A escola não cumpre o papel fundamental de possibilitar o desenvolvimento do pensamento crítico do aluno.

A escola tem o dever de permitir que o aluno tenha sua própria forma de expressão e de comunicação com os demais participantes da comunidade escolar. O professor precisa defender essa ideia.

Como mudar de postura e chamar os professores a uma postura mais ativa no processo de educação? Como mudar de postura e permitir que os alunos também tenham voz nesse processo?

Ficam aí as perguntas. Não tenho as respostas, mas certamente tenho ideias sobre o assunto. Quero ouvir outras opiniões.